5ª turma do Curso de Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo se forma na UFRJ

Desde 2008, o curso formou mais de 200 pessoas de 57 organizações, sendo 40 nacionais e 17 internacionais

Alunos da  5ª turma do curso viabilizado através de uma parceria entre o MAB, a Universidade da Cidadania e a UFRJ. Foto: Davi Marco

Na última sexta-feira, 15, mais uma turma do Curso em Especialização e Extensão em Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo se formou durante uma cerimônia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

A turma, batizada de Marielle Franco em homenagem à socióloga e política brasileira assassinada em 2018, é a quinta do curso criado através de uma parceria entre o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, a Universidade da Cidadania e o Instituto de Planejamento Urbano e Regional – IPPUR da UFRJ. O objetivo é capacitar os trabalhadores dos movimentos sociais e sindicais do Brasil e de outros países do mundo, proporcionando conhecimento técnico para a defesa dos direitos humanos no âmbito da produção, distribuição e acesso à energia.

Flávia Braga, professora e coordenadora do curso, faz uma avaliação muito positiva da troca de conhecimentos entre a academia e os movimentos populares.

 “As organizações ganham enormemente na formação dos seus militantes no aspecto científico, acadêmico e na troca de experiências durante todas as etapas. Enquanto isso, a universidade ganha na formação dos seus profissionais com o conhecimento popular e das lutas sociais, expandindo o processo de pluralidade no seu meio, que é historicamente um espaço elitizado”.

A turma Marielle Franco iniciou as aulas no dia 15 de julho de 2019 com mais de 50 pessoas de 21 organizações e entidades sindicais ligadas ao setor energético e teria dois anos contínuos de formação, no regime de alternância. As atividades, porém, foram interrompidas por conta da pandemia do Covid-19.

“Esse contexto nos exigiu elaborar novas formas de organização, formação e comunicação. Foi preciso um grande esforço conjunto de professores e alunos para não deixarmos de estudar, aprofundando os conteúdos e debates sempre relevantes em torno da questão energética e dos desafios da construção de um projeto energético popular”, pontuou Laís Tonatto, militante do MAB e integrante da coordenação política e pedagógica da turma.

A turma incluiu alunos do Brasil, EUA, Cuba, Venezuela e Colômbia. Foto: Walisson Rodrigues

“Existem muitos profissionais, professores e técnicos que querem fazer da universidade esse espaço mais plural e mais democrático e o Curso de Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo teve uma importância muito grande nessa última década para exatamente formar a universidade. Então, o curso forma militantes em um conhecimento técnico e científico, mas ele também forma os profissionais da universidade, os professores, os estudantes de mestrado e doutorado que apoiam esse curso, os técnicos da universidade, eles têm sido formados também por essa experiência de contato com os movimentos populares. Eu espero que a gente tenha muitos anos ainda deste curso e de outros cursos como este para transformar a universidade brasileira, com formação de mão dupla e horizontal”, complementa Flávia.

Além da coordenadora, estiveram presentes na cerimônia Carlos Vainer, que também integra a coordenação do curso, Edwin Gaviria, da direção do IPPUR, Jeferson Salazar, da coordenação da UC Resiste, Gilberto Cervinski, da coordenação do MAB, Marillín Peña Pérezdo, do Movimiento de Afectados por Represas (MAR), Marina Santos, da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Renata Souza, deputada estadual do PSOL/RJ e Rita de Cássia Liberatori, da  Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia – POCAE.

Ao todo, 21 organizações e entidades sindicais ligadas ao setor energético participaram do curso. Foto: Walisson Rodrigues

“Foram tempos de solidariedade, de crescimento pessoal e coletivo, de resistência, de valorização da mística revolucionária, de preocupações compartilhadas, de fortalecimento da integração entre as organizações, países, culturas e experiências diversas”, afirma Roberto Oliveira, coordenador do MAB e um dos alunos da turma.

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