Em Curitiba, insegurança hídrica e aumento de tarifas são tema de Audiência Pública na Câmara

Debate tratou do tema que preocupa população, em especial em momento de pandemia; além da insegurança hídrica, o aumento das tarifas da água também foi assunto no encontro

Foto: Giorgia Prates / BDF PR

A Audiência Pública “Crise Hídrica em Curitiba e Região Metropolitana” discutiu os problemas de abastecimento de água na capital paranaense e região. O debate, que ocorreu na quinta-feira (29), proposto pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, foi realizado pela Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos da Câmara Municipal, presidida pela vereadora Maria Letícia (PV), juntamente com a bancada do PT na Câmara.

Há mais de um ano, os moradores de Curitiba não têm água na torneira todos os dias. Mesmo com a crise sanitária provocada pela Covid-19, período em que a higienização constante é fator principal para conter o contágio, não foi garantido à população o abastecimento diário de água.

Segundo a Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná, o principal motivo da crise hídrica é a estiagem enfrentada pelo estado desde 2019.
Para o MAB, porém, o motivo da falta d’água é muito mais complexo.

A má gestão das águas, assim como a falta de uma política que priorize os cidadãos acima do lucro dos acionistas também são significativos para compreender porque as torneiras continuam sem água, mesmo com o aumento do volume de chuvas.

“Não podemos restringir o debate à falta de chuva, há também uma questão de planejamento e gestão pública. As previsões que chegaríamos nesse cenário são datadas de décadas atrás” afirma Daiane Machado, da coordenação nacional do MAB.

Crise hídrica no Paraná / Foto: Giorgia Prates / BDF PR

Mesmo com a falta de água, os paranaenses passam pelo segundo reajuste tarifário imposto pela Sanepar só em 2021. A conta de água e esgoto relativa ao consumo mínimo (5m³) passará a valorar em R$ 79,75 a partir do próximo mês.

“Nesse momento de pandemia, entendemos que não é hora de reajuste nas tarifas.” explica a militante do MAB.

Segundo o MAB, “é preciso refletir o quanto isso, durante a pandemia, afeta a população especialmente perante a situação econômica atual. Precisamos dar outros passos, pensar outras possibilidades que sejam efetivas para a população.”

Além do MAB, participaram da audiência virtual entidades e membros da sociedade civil, direção da Sanepar, vereadores e vereadoras de Curitiba e região, parlamentares estaduais, representantes do poder público municipal e estadual, e pesquisadores universitários.

Junto ao tema da crise de abastecimento, a atividade gerou o debate sobre a preservação ambiental, especialmente em áreas mananciais, e implementações de medidas efetivas que beneficiem a população

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