Apagão no Amapá: Justiça determina que empresa restabeleça energia em três dias

Isolux deve apresentar plano de ações para o restabelecimento do fornecimento em até 12 horas. Crise já dura seis dias

Foto: Rudja Santos/Amazônia Real

A Justiça do Amapá determinou que a empresa espanhola Isolux solucione o problema de falta de fornecimento de energia elétrica no estado no prazo máximo de três dias. Em caso de descumprimento, a multa estabelecida é de R$ 15 milhões.

De acordo com a decisão do juiz João Bosco Soares, publicada na noite de sábado (7), a companhia, responsável pela administração da subestação atingida por um incêndio na última terça-feira (3), deve apresentar em até 12 horas um plano de ações para o restabelecimento de serviço.

A determinação judicial veio após pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Onde estava a fiscalização? Por que o sistema não tinha um backup? A demora dessas respostas pesa junto com a demora da resolução total desse problema. Os culpados devem ser responsabilizados IMEDIATAMENTE!”, postou o parlamentar em seu perfil no Twitter.

O magistrado também requisitou a instauração de um inquérito do Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal (PF) para investigar o episódio e a criação de um grupo de trabalho entre o Ministério das Minas e Energia, Eletronorte, Isolux e Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Sanções contratuais e legais devem ser impostas à empresa também pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Eletronorte, em função da conduta negligente que resultou na interrupção do fornecimento de energia no estado.

Entidades sindicais pedem ação do governo federal no Amapá

A CUT, a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e o Sindicato dos Urbanitários do Amapá (Stiu-AP) divulgaram nota pública neste sábado (7) cobrando da Aneel um posicionamento “firme” sobre o apagão no Amapá, repudiando “a tentativa do governo federal de minimizar” o episódio.

As entidades também destacaram o papel do sistema estatal de energia para solucionar o caso. “Cabe ressaltar que a Eletronorte, empresa estatal do Sistema Eletrobras, foi acionada para ajudar o restabelecimento da energia no Amapá, o que não seria possível se o governo levar adiante o plano de privatizar a Eletrobras”, diz o documento.

“A CUT, CNU, FNU e Stiu-AP também prestam solidariedade ao povo do Amapá nesse momento de extrema dificuldade, sem energia elétrica, sem água e com um agravante ainda maior: em plena pandemia da Covid-19”, conclui a nota.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro

| Publicado 06/11/2020 por Comunicação - Movimento dos Atingidos por Barragens

No quarto dia de apagão, população do Amapá sofre com falta de energia e água

“Estamos vendo as pessoas terem que ir buscar água no rio Amazonas, o comércio está todo fechado, muitos prejuízos, filas quilométricas nos postos de gasolina e nos grandes mercados que têm gerador”, conta atingido em Macapá

| Publicado 22/11/2020 por Comunicação - Movimento dos Atingidos por Barragens

“Que o que estamos passando no Amapá sirva de lição”, comenta presidente de sindicato dos urbanitários

Crise no estado escancara descaso governamental e efeitos danosos da privatização; leia a entrevista com Jedilson de Oliveira, presidente do STIU-Amapá

| Publicado 02/12/2020 por POCAE - Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia

NOTA | Apagão no Amapá é o colapso da privatização

Organizações do campo popular assinam manifesto que denuncia descaso no estado do Amapá e os males da privatização do setor elétrico