Contribua com a autonomia e a esperança dos atingidos na bacia do rio Doce

Foto: Guilherme Weimann O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco Mineração S.A (Vale e BHP Billiton) é uma ferida aberta na sociedade brasileira. Resultado da irresponsabilidade criminosa das maiores […]

Foto: Guilherme Weimann

O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco Mineração S.A (Vale e BHP Billiton) é uma ferida aberta na sociedade brasileira. Resultado da irresponsabilidade criminosa das maiores mineradoras do mundo e da cumplicidade vergonhosa do Estado, a avalanche de lama matou 19 pessoas e provocou um aborto forçado em Bento Rodrigues, desceu as montanhas atingindo os rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce e provocou a maior tragédia ambiental da história do Brasil.

É uma ferida porque dilacerou vidas ao longo de mais de 800 km, entre Mariana (MG) até as ondas do mar que continuam espalhando o lixo da mineração oceano adentro. Fez manchar nossos rios provocando contaminações que prejudicam a vida animal, a pesca, a produção agropecuária e o abastecimento para centenas de milhares de pessoas no campo e na cidade.

Está aberta porque o crime da Samarco é uma injustiça que se renova. As mineradoras continuam com o poder nas mãos decidindo o futuro das vítimas, transformando o direito em mercadoria, combatendo a autonomia e a organização popular, multiplicando a farsa do “diálogo social” e do “somos todos parceiros”.

Foto: Guilherme Weimann

Além disto, as empresas são beneficiadas pela atuação vergonhosa da Justiça que conduz os processos e acordos judiciais de forma a dificultar a punição das responsáveis. Além de ter pagado menos de 1% das multas em quase dois anos de crime, ninguém foi preso e o processo criminal está suspenso por tempo indeterminado.

Em meio a este contexto de permanente violação de direitos humanos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que há quase 30 anos organiza atingidos e atingidas em todo Brasil, empreende um grande esforço para levar informação e constituir protagonismo popular na bacia do rio Doce. Não há dúvida de que esta é única forma de garantir direitos diante do poderio das mineradoras em meio a um Golpe de Estado que se aprofunda.

Desde o rompimento, reorganizamos nossa presença na Bacia colocando mais pessoas para motivar o trabalho, investindo em formação política para as famílias, ampliando nossa capacidade de articulação para envolver o máximo de parceiros nesta luta de longo prazo, fortalecemos nossa comunicação para denunciar as violações e anunciar nossas propostas que devem se transformar num Plano Popular de reparação na Bacia do rio Doce.

Foto: Leandro Taques

Um dos marcos nesta caminhada foi a realização da Marcha de Regência (ES) à Mariana realizada entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro de 2016, seguido do Encontro “Um Ano de Lama e Luta”, que aconteceu entre os dias 2 e 5 de novembro, também em Mariana.

Ao longo destes meses, tivemos vitórias importantes e crescemos nossa presença no Espírito Santo onde não havia organização de atingidos antes da lama. Aproximando os dois anos do crime, os passos da caminhada incluem a participação do Encontro Nacional do MAB entre 1º e 5 de outubro no Rio de Janeiro e a realização de atividades estaduais em Minas e no Espírito Santo no mês de novembro.

Para termos condições de realizar esta tarefa histórica que perdurará por gerações na luta pela justa reparação da bacia do rio Doce, precisamos da solidariedade dos que estão indignados com esta ferida aberta e que também buscam outra sociedade, com outro modelo de mineração, do uso da água e dos bens naturais em geral que devem estar a serviço do bem comum e não do lucro de grandes empresas que só deixam destruição e tragédia.

Foto: Yuri Barichivich/Greenpeace

Sua doação contribui decisivamente nesta luta, garante nossa autonomia frente ao poder do Estado e das mineradoras e dá esperança a tantos homens e mulheres que só possuem a organização popular como forma de garantir sua dignidade.

Contribua com a organização e luta dos atingidos e atingidas na Bacia do Rio Doce. 

Você pode doar por cartão de crédito acessando o link abaixo:

 

Ou transferir diretamente para a conta da APEMA – Associação de Proteção ao Meio Ambiente:

Banco do Brasil

(APEMA)

Ag: 2883-5

Cc.: 29.908-1

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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